Clube do livro Averno #5 - Xamãs elétricos na festa do sol, Mónica Ojeda.
Midsommar latino?
Oi, gente! Antes de mais nada, queria agradecer o pessoal que apareceu no último encontro! <3
Vamos ao que interessa? Sou fã da autora equatoriana Mónica Ojeda. Já li duas vezes o primeiro romance dela, Mandíbula, e sou apaixonado. Veja o que escrevi sobre o livro:
O que tem de mais perverso, sombrio e brutal do que a adolescência? O que tem de mais secreto, nojento e doentio do que o que você faz sozinho quando ninguém está olhando? O que você tanto esconde e teme ser revelado e que se aloja no fundo da sua mente?
Esse é o clima de Mandíbula, romance da equatoriana Mónica Ojeda, com tradução da querida Silvia Massimini Felix.
O livro começa com o sequestro de Fernanda, uma das adolescentes que formam um grupinho de meninas no colégio bilíngue Delta high-school-for-girls. O que Fernanda não esperava, e nem você, é que a sequestradora seria a Miss Clara, a professora de Língua e Literatura.
Acompanhamos esse sequestro ao mesmo tempo que também acompanhamos o passado das garotas e da própria Miss Clara e a relação doentia com sua mãe. O que as meninas faziam em um prédio abandonado toda tarde depois do colégio? O que levou a Miss Clara a tomar tamanha atitude? O que é ser uma menina & adolescente? O que ser uma amiga? O que é ser mãe? O que é ser filha? O que é ser mulher?
Com muita ironia, cultura pop, crueza, creepypastas e o um domínio da linguagem que te promove sensações, Mónica Ojeda orquestra um romance incomodo: como puxar uma pele solta no canto da unha.
Um terror que não chega a ter ares sobrenaturais, mas sim, mentais & reais: o que pode assustar ainda mais.
Estava mega animado para um novo romance da autora, e desde 2024, quando soube que ele seria lançado no Brasil pela Autêntica Contemporânea e estava sendo traduzido pela Silvia Massimini Felix, fui conversar com ela no WhatsApp. Desde o começo da tradução, a Silvia já comentava como era um livro estranho de traduzir — o que me deixou ainda mais ansioso. Como não convidá-la para esse encontro e para conversar com a gente sobre o livro & tradução? Xamãs elétricos na festa do sol, me parece uma espécie de Midsommar latino. Será?
Ano 5540 do calendário andino. Noa decide fugir de Guayaquil, onde nasceu, com sua melhor amiga Nicole, para participar do Ruído Solar, um festival que, todos os anos, reúne, durante oito dias e sete noites, milhares de jovens - entre músicos, dançarinos, poetas e xamãs - aos pés de um dos muitos vulcões dos Andes.
Ficam para trás as famílias, a violência das cidades, e se descortina uma paisagem alucinada que treme ao ritmo da música e das erupções vulcânicas sob um céu riscado por meteoritos. Para Noa, essa será a primeira parada antes de reencontrar o pai que a abandonou quando criança e que, há anos, vive nas florestas altas - um território onde também se escondem os desaparecidos, aqueles que um dia subiram ao Ruído e nunca mais voltaram para casa.
Sustentado por uma lírica extraordinária, uma estética deslumbrante e muito senso de ritmo, Xamãs elétricos na festa do sol é uma viagem mística ao coração primitivo da música e da dança; uma jornada lisérgica e emocional que é, ao mesmo tempo, a busca por um pai e por um sentido de pertencimento em um mundo que só conhece a perda e o desamparo
"Neste romance, a linguagem arde e nada é o que parece. Seguir Mónica Ojeda nessa viagem é, sem dúvidas, uma experiência intensa."
Mariana Enriquez
"Com medo e fascínio, é assim que leio Mónica Ojeda. Como se lesse um feitiço, como se mordesse carne temendo encontrar algo afiado por dentro. Tão poética, tão perturbadora e brutal."
Samanta Schweblin
Dito isso, nosso encontro ocorrerá no dia 29/06, no último domingo do mês, às 19 horas e com a presença da tradutora Silvia Massimini Felix!
Aproveitem que estão vendendo o livro com um brinde: uma zine com textos e ilustrações inéditos da própria autora. Compre aqui antes que acabe!
Link da videochamada: https://meet.google.com/tgw-zemc-xic
Vejo vocês lá!
aiii, que maravilha! espero conseguir participar, migooo
João, confesse que escolheu só pelo vulcão na capa!! 🤣